Quinta da Almeara
Ereira é uma freguesia do Concelho de Montemor-o-Velho, que me tem despertado sempre interesse, pelo facto de ciclicamente ficar isolada do resto do concelho, devido ao aumento do caudal do Rio Mondego nos invernos chuvosos.
Esta povoação teve a sua origem da Quinta da Almeara, que foi habitada pelos Cruzios, frades pertencentes ao Convento de Santa Cruz de Coimbra, os quais tinham a maior parte das terras do baixo Mondego.
Estes frades incentivaram as populações desta região a arrendarem as suas terras, tendo dado origem à formação dos morgadios, cujo contrato estabelecia que em caso de morte do proprietário, a terra seria herdada pelo filho varão mais velho e só por este, ou em caso da sua inexistência pela filha mais velha até que existisse descendência masculina.
Os proprietários destas terras eram obrigados a mantê-las cultivadas e tinham de doar aos senhores da igreja a dízima. Caso assim não acontecesse as terras ser-lhe-íam retiradas.
A primeira habitação erguida na granja de Ereira aparece em 1414 e dá pelo nome de Torreão.
Com a fuga da família real para o Brasil, em 1820 com a revolução liberal, eliminaram-se as situações de privilégios, foram abolidas as ordem religiosas e consequentemente a abolição dos morgadios.
Foi a partir daí que o povo conseguiu adquirir pequenas parcelas de terreno que cultivava e onde construiu as suas habitações, dando origem à que é hoje a freguesia de Ereira.
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