“Se bem me lembro…” e sem querer plagiar o professor
Vitorino Nemésio de grande saudade e memória, quero dizer que nos meus tempos
de juventude, quando nos deslocávamos de comboio o “nosso hotel de recurso”
eram as estações da Refer.
Hoje tudo isso faz parte da história e se ainda se mantém em
estações como Campanhã, São Bento, Oriente ou Santa Apolónia, no resto das
estações por este país fora já não é possível “dormitar” para passarem as
horas, porque ou as estações estão definitivamente fechadas ou só abrem a
determinadas horas.
E é aqui que quero chegar: ultimamente tenho utilizado como
estação de chegada ou de partida a estação da CP da Mealhada. Até aqui tudo
bem, se (e há sempre um se…) não fosse o caso desta estação abrir às sete horas
da manhã, e para quem chega antes desta hora ter que aguentar o frio num dos
bancos que ladeiam as linhas. Mas ainda pior é que as casas de banho só abrem a
partir dessa hora… Mas ainda pior é que as casas de banho não têm nem toalhetes
nem papel higiénico.
Já passei por esta situação algumas vezes, mas hoje “xatiei-me”
mesmo, pois indo com a minha filha adolescente para apanhar o comboio regional
de Coimbra, das 9 horas e 22m e porque possivelmente um yogurte “caíu mal” à
minha filha que lhe originou “desarranjo intestinal” passámos pela situação (ou
melhor a minha filha passou…) de querer ir à casa de banho da Estação da
Mealhada da CP e ali não haver UM toalhete ou um pouco de papel higiénico.
Solicitada a informação de tal razão ao funcionário que se encontrava na
bilheteira (já passava das sete horas, por isso a bilheteira já estava aberta)
este informou que “ainda ontem a funcionária da limpeza havia colocado papel
higiénico e toalhetes nas casas de banho… Ainda ontem! Bem, depois de ter
recorrido ao senhor do Bar da Estação que gentilmente nos cedeu papel
higiénico, mas porque a situação de diarreia se mantinha, muito amavelmente o
funcionário da bilheteira da Estação da CP da Mealhada, Sr. Rui Rolim, nos
cedeu o papel higiénico e alguns toalhetes para caso a situação se mantivesse
pelo menos… do mal o menos!
Tenho ouvido falar dos problemas da situação económica da CP,
é certo que a crise leva que alguns para “poupar uns tostões” até levem o papel
higiénico das estações da CP para casa…
Mas deixo então duas sugestões: a primeira aos passageiros
dos comboios da CP, que levem papel higiénico de casa, pelo sim pelo não,
sempre que viagem de combóio.
Segunda sugestão, e esta seria muito mais eficaz: porque não
manter as casas de banho das estações da CP fechadas, mas sempre que um
utilizador tivesse que recorrer às casas de banho, dirigia-se ao funcionário da
CP ali presente, na bilheteira, e contra a entrega do BI, CC ou passaporte e
até preenchimento de um questionário, como é habitual hoje fazer-se, o
funcionário cederia a chave e um determinado comprimento de folhas de papel higiénico…
Nem a situação económica da CP se agravaria e os utentes sentir-se-íam
mais confortáveis. É só uma sugestão…
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