Nas minhas andanças com o objectivo de conhecer a região, despertou-me a atenção a Freguesia de Milharado. Assim sendo, deixo-vos alguns apontamentos e fotografias desta freguesia, recorrendo a apontamentos na net.
A dezoito quilómetros da sede do concelho e a vinte e seis de Lisboa, S. Miguel de Milharado é uma das mais prósperas e extensas freguesias de Mafra.
A caminho dos cinco mil habitantes, apresenta um panorama económico desenvolvido e em constante progresso. Está situada no extremo oriental do concelho e no seu limite com os de Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos.
A freguesia é composta pelos seguintes lugares: Arneiro, Brejos, Cabeço de Montachique, Cachoeira, Calvos, Casais dos Carriços, Casais do Forno Coelho, Casais da Serra, Casal do Abade, Casal da Mioteira, Casal da Mandinga, Casal do Pedregulho, Castelo Picão, Jeromelo, Milharado, Moinho Carvalho, Póvoa da Galega, Presinheira, Ribeira, Ribeiradas, Rólia, Roussada, Semineira, Sobreira, Tituaria, Vale de Casal, Vale de S. Gião e Vila de Canas.
Resenha Histórica O topónimo principal, Milharado, é curioso, mas a lenda popular que o explica não o é menos: “Um fidalgo de passagem por esta zona terá perguntado a um trabalhador que se encontrava na sementeira do milho o nome deste lugar, e a quem o dito trabalhador respondeu: – Não tem nome. Então o fidalgo, ao ver o trabalhador a semear milho utilizando um arado, logo disse: – A partir de agora, começa-se a chamar Milho-Arado”. Daí a corruptela e a fixação em Milharado. Curioso, mas inverosímil! Ou talvez não, já que se sabe a abundância daquela espécie vegetal na freguesia. Aliás, milho em latim é “miliu”, o que nos indicia a origem romana do nome. O povoamento desta freguesia remonta a épocas pré-históricas. Aqui apareceram nos últimos anos diversos vestígios do Calcolítico inicial e pleno, que corresponde a uma datação de cerca de 2 mil a.C.. A quinhentos metros da igreja paroquial, surgiram vestígios do Neolítico e do tempo dos romanos. Em termos administrativos, Milharado pertenceu ao concelho de Enxara dos Cavaleiros, extinto pelo decreto de 24 de Outubro de 1855, transitando a partir daí para o de Mafra. Foi desanexada em 1895 da freguesia de Venda do Pinheiro, constituindo a partir daí freguesia independente. A nível eclesiástico, era um curato da apresentação do prior e beneficiados da Igreja de S. Nicolau de Lisboa, no termo da mesma cidade. Passou mais tarde a priorado. Tinha de rendimento anual cem mil réis. Das diversas colectividades que animam o dia-a-dia desta freguesia, destaquemos o Rancho Folclórico de S. Miguel de Milharado, responsável, entre outros, pelo bom nome da povoação por esse País fora. A nível económico, o progresso de S. Miguel de Milharado nos últimos anos tem sido muito grande. Os meios de comunicação a tal têm ajudado, já que a freguesia é servida pela Estrada Nacional n.º 374 (Loures-Torres Vedras) e pela Estrada Municipal n.º 537 (Milharado-Venda do Pinheiro). A agricultura, apesar do desenvolvimento comercial e industrial, tem ainda um peso significativo. A terra, muito fértil, gera os mais variados produtos e todos eles em grandes quantidades. A pecuária, por seu lado, é também riquíssima. A freguesia é mesmo, a nível de carne de porco, um dos principais centros abastecedores da cidade de Lisboa e de outros pontos do País. Os enchidos de Póvoa da Galega, por exemplo, já tornaram aquele lugar o segundo maior núcleo salsicheiro do País. Este panorama económico, no entanto, contrasta totalmente com aquilo que acontecia na freguesia há dois séculos atrás. Nessa altura, e ainda antes do seu desenvolvimento recente se ter consumado, Milharado vivia apenas da agricultura, as outras actividades praticamente não existiam. A pobreza do homem saloio era uma triste realidade. Um saloio que lutou arduamente contra as difíceis condições da terra e que se tornou agricultor por via da necessidade de sobrevivência. FOTOGRAFIAS: Autor do Blog TEXTO: Com a devida vénia de http://www.distritosdeportugal.com/lisboa/milharado/index.htm |
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