terça-feira, 22 de outubro de 2013

MARCOS DA VIDA: ser pai


Completam-se hoje 42 anos que fui pai pela primeira vez, Tinha 20 anos…
A esta distância e depois de duas vezes mais de vida vivida, deu-me para reflectir! Não passava de um adolescente quando senti  a responsabilidade de ter uma filha para criar. Estava nessa altura casado quase há um ano.
Passado três meses de minha filha ter nascido tive que a “abandonar” aos cuidados exclusivos da mãe porque fui incorporado no serviço militar, inclusivamente tive que ir para zona operacional (Angola). Salvo pequenas visitas de fim de semana “a angústia” de ter deixado uma criança recém-nascida, bem como todos os acontecimentos que se passaram de certo moldou muita da personalidade do meu futuro.
Vendo os jovens de hoje e o que fazem e projectos que têm para a vida, salvo algumas excepções, eu não tive adolescência nem juventude, passei de criança a homem feito.
Vinte e cinco anos mais tarde de ter assumido toda essa responsabilidade a irreverência (e muita irresponsabilidade, também, admito) fez-me traçar outros caminhos. Se uns me deram a capacidade de recriar a não juventude vivida, outros uma vez mais me trouxeram factos imprevisíveis.
Olhando hoje para trás, se há factos de que nunca me hei-de arrepender, outros há que me fazem, fizeram, passar algumas noites a chorar de arrependimento por tudo o que fiz (de errado). E nem a jovialidade que muitas vezes apresento, são o reflexo de felicidade interior. Afinal o “poeta é um fingidor, que finge que sofre quando está sofrendo”.
De certa maneira e estando no meu terceiro casamento e com os filhos que gerei, tive muitos momentos de felicidade… Hoje sinto-me feliz ao lado de minha mulher!
Se a verdadeira homenageada deve ser minha filha por ser seu aniversário, também eu me sinto homenageado em cada voto de felicidade e parabéns que lhe endereçarem. E se a sua mãe se sente feliz pela filha bonita e mulher de sucesso  que a nossa filha é, também eu a homenageio pela paciência e tolerância que teve em viver comigo 25 anos da sua vida que permitiu termos 2 filhos.
Um dia, talvez ainda antes de fazer os 70 anos, escreverei a minha biografia, e então muitos dos meus verdadeiros amigos (muito poucos, mas bons) como outros que tanto me criticaram saberão das “aventuras” que tive em viver a vida, desde os traidores que tudo me chuparam, quais lobos (com o devido respeito que tenho pelos lobos) passando-se por cordeiros, até falsos moralistas que na sua vida privada têm feito bem pior que eu alguma vez sonhei quanto mais fiz.
Por tudo isto que vivi e que de certo, repito, me moldou a personalidade do que hoje sou, também presto a minha homenagem às outras mulheres que fizeram parte da minha história de vida e de uma maneira muito especial à Ana, minha actual esposa e companheira de tantos momentos difíceis, aventuras maravilhosas mas também muita casmurrice que muitas vezes fazem parte de alguns momentos dos meus dias.
Parabéns filha…
Obrigado Ana por estares ao meu lado e perdoa-me se muitas vezes não sou o homem perfeito que gostarias de ter como teu marido.

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